[MT PARA HARRY KÖHL BLACK] É hora do duelo!

     Nada como uma confusão antecedido de um treino pesado para começar uma bela manhã, não é mesmo? A prole de Plutão parecia estar especialmente mais animado para ter algum resquício de adrenalina invadindo seu corpo, mesmo que não tivesse rasgando a pele dos incontáveis monstros do labirinto. Ainda sim um treino básico poderia ser tornar tão emocionante quanto uma luta caso o semideus soubesse rege-lo com maestria. As orbes claras do loiro fitaram o próprio corpo, com o peitoral de Pallas vestido por cima da blusa preta de manga comprida, uma calça jeans da mesma coloração, a espada que “ganhara” de Dahlia embainhado ao lado esquerdo, tênis confortáveis e básicos e por último, uma espécie de cordão com um Vira-Tempo de pingente ao redor do pescoço. Pronto para se libertar do dormitório.

  Era engraçado sua evolução social durante todo o tempo confinado no acampamento Furna. Lembrava-se de seu primeiro dia quando tinha desconfiança até do chão onde pisara, e dificilmente trocava mais de duas palavras com os semideuses ao seu redor. Muitos diziam que o garoto era mudo ou simplesmente tinha uma maldição. Mas após os batutas, Harry parecia ter libertado um espírito que nunca imaginaria ser capaz de ter, e isso o tornara menos desconfiado com as pessoas. Com o passar das semanas descobria o quanto as pessoas ao redor apenas se importavam em manter o lugar seguro, como uma família. Harry nunca tivera uma família de verdade. Lógico, havia Alexis. A irmã era a coisa mais preciosa que o loiro poderia pedir, mas era apenas os dois contra o mundo. Agora, o legionário parecia ter um sentimento protetor maior do que nunca. E isso se abrangia a todos presentes dentro do labirinto.

 Com este pensamento sentimental e gracioso passando por sua mente, Harry mantivera uma boa caminhada até os Campos de Marte para que pudesse se entreter pelo resto do dia. O sangue guerreiro em suas veias clamavam por atividades físicas, por mais que o garoto fosse o mais preguiçoso possível. Logo que seu pé destro tocou o solo do Campo, a prole de Plutão pôde sentir uma espécie de angustia e desconforto vindo de alguma pessoa perdida por ali e não demorou muito para que seu tímpanos captassem o som de deboche vindo de alguns metros adiante. O maldito Harper afugentando mais um novato. As pálpebras do semideus estreitou-se em direção ao centurião e com uma impaciência, andou até o rapaz. – Harper! Me admira você falar sobre salvar o acampamento. Quando aprender a não se esconder atrás dos subordinados, você poderá falar algo. Mas até lá, trate de fazer a porra do seu trabalho direito e ajudar o novato. – Vociferou para o centurião. Era visível que sua paciência para lidar com Harper era nula, já que não foi o primeiro caso de deboche com novatos. Espera que a ofensa tivesse atingido o mais fundo possível da alma dele.

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   A demonstração de insatisfação no semblante de Harper fizera com que Harry saísse como vitorioso em sua abordagem. O olhar se mantinha fixo e firme na face do centurião, desafiando-o a todo momento, pois sabia que recuar já havia se tornado uma opção impossível ou sua honra seria jogada ao lixo. Um sorriso seco e divertido pairou sobre os lábios do semideus após fitar a espada de Harper sendo retirada de sua devida bainha, percebendo que o rapaz chegara no ápice de sua paciência. O momento em que poderia extravasar todo o sentimento ruim e angustioso presente em seu coração estava se aproximando.

 Harry franziu o cenho após a primeira pergunta de Harper, dando-lhe uma risada alta quando o mesmo concluiu o pensamento. – Harper, você andou contrabandeando bebida pra dentro do acampamento? Está cada vez mais louco. – Um sorriso divertido permaneceu no semblante do semideus quando o mesmo assentiu, deslizando a destra até a bainha de Monster Killer e apontando a ponta para o chão como se fosse um apoio. – Mas está certo, irei aceitar sua aposta. Espero que cumpra com ela. – Murmurou em um tom mais sério. O olhar da prole de Plutão se tornara mais frio e calculista, endireitando-se para que a postura estivessem perfeita para a ocasião, apontando a ponta da espada negra para o adversário.

 O garoto tombou a cabeça de leve para o lado esquerdo e mordiscou o lábio inferior. – Primeiro as damas. – Provocou o centurião para que atacasse primeiro. O primeiro movimento de Harry seria simplesmente observar o rapaz para que pudesse achar alguma vantagem posteriormente. Não poderia ser tão difícil, certo? A diversão estava para começar.


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     No momento em que Harper mudara a expressão de preocupado para desespero em questões de segundos, Harry dera um sorriso de satisfação. A aura de Plutão já se mostrava presente ao redor do loiro que apenas aguardava a reação do oponente, mantendo a guarda totalmente atenta e posta. Um suspiro escapa pelos lábios rosados de Harry após perceber que o primeiro movimento da batalha havia sido feito. Essa era a hora de colocar todo o treinamento que tivera com a irmã, em prática. E Harper definitivamente era a pessoa que menos gostava em todo o acampamento, e isso colocava o orgulho em jogo.

E com uma mudança de expressão, a cria de Plutão iniciou a ação de defesa no mesmo momento em que o oponente iniciava o movimento corporal, ajeitando-se o suficiente para que o fio de Monster Kill fosse em direção ao golpe e aparasse a espada alheia. Entretanto, com o mesmo ato defensivo, Harry buscava rebater a espada de Harper para trás com uma certa força, no intuito de ele perder alguns segundos de equilíbrio. Seria o suficiente para que o jovem Black utilizasse se sua manipulação de metal e quebrasse a defesa do Centurião, fazendo sua espada fosse “puxada” para o lado esquerdo com força, dando tempo o suficiente para que Harry golpeasse a perna de apoio do garoto com a ponta da espada, esperando que o corte fosse fundo o suficiente para dificultar a mobilidade do mesmo. E sem pestanejar, o loiro rapidamente voltava para a guarda, esperando algum outro movimento do filho de Hércules.


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  Era visível a raiva que espumava do Centurião devido ao hematoma aberto em sua perna, levando-o a uma queda no mínimo vergonhosa para um romano com a patente tão alta. Mesmo divertindo-se por dentro, Harry apenas demonstrava a mesma expressão fria e calculista diante da cena do oponente. Alexis o ensinara bem sobre não subestimar os inimigos, por mais idiota e estúpido que eles fossem. O destino era um maníaco que esperava algum erro para destruir as vidas alheias, e a cria de Plutão detestaria dar uma única brecha para tal acontecimento. Na verdade, Harry poderia ser chamado de destino após a batalha, pois iria destruir a vida de Harper sem dó e nem piedade. O olhar do batuta estreitou-se no momento em que o filho de Hércules se colocou novamente de pé e investimento dominado pela raiva.

Com um suspiro de preparação – como fazia em toda defesa e/ou ataque –, o loiro firmou os pés sobre o chão da arena e iniciou a ação de defesa ao mesmo tempo em que formava um plano de contra-ataque. Não queria perder tempo com o Centurião. Com uma jogada rápida de espada para a mão canhota, apanhou a arma de modo que sua ponta ficasse para baixo e tivesse mais liberdade e consistência para aparar o golpe em direção ao flanco esquerdo. Dessa vez, a defesa serviria apenas para segurar por dois segundos o corpo da cria de Hércules, tempo o suficiente para que Harry achasse uma posição boa o suficiente para que ambas as sombras se conectassem em uma. Sem pestanejar, o loiro utilizou de seus dons umbracinéticos no momento em que Harper se preparava para atingir-lhe o joelho.

O garoto fora sugado pelas sombras em um piscar de olhos, esquivando-se com maestria do restante dos golpes do Centurião, e sem que o mesmo percebesse, aparatou detrás de seu corpo, usando a escuridão como meio de transporte. Mas os movimentos não paravam por ali, Harry não desejaria dar oportunidade para que seu oponente o percebesse rapidamente, e ao estar de costas para o mesmo, movimentou-se com rapidez para aplicar uma cotovelada com extrema força na orelha direita de Harper. Esperava que o mesmo ficasse tonto ou até mesmo desmaiasse, caso contrário, viraria com a mesma rapidez anterior para golpear o flanco direito ao se virar, mantendo a espada ainda na canhota.


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      A respiração parcialmente desregulada de Harry o fizera perceber que precisaria de mais prática com os poderes herdados do lado divido sanguíneo, mas a luta contra Harper serviu para demonstrar que o Batedor estava no caminho certo, só precisaria treinar ainda mais. E mesmo com a queda do centurião, o jovem Black parecia não querer parar por ali, virando-se no exato momento em que um bac chegou-lhe aos ouvidos, direcionando a ponta de Monster Killer até o peitoral do oponente. O olhar do semideus, por um momento, havia ganhado uma frieza um tanto quanto doentia, como se a própria morte tivesse tomado o corpo do loiro para que pudesse completar um serviço pela metade. Entretanto, a voz do pretor retornou a clarear a mente do Batedor, obrigando-o a encerrar o movimento de forma brusca. O suspiro de alívio e os ombros relaxados eram sinais de um desafio vitorioso, e mesmo alcançando um objetivo importante, Harry saía decepcionado com a própria performance. Sabia que poderia ter sido mais eficiente em certas situações.

Porém, a cria de Plutão deixou a decepção de lado e enfeitou os lábios rosados com um sorriso largo de felicidade, estava animado para contar a todos os amigos o título que havia conquistado. Em um aceno de cabeça e uma tímida reverência ao Pretor, Harry guardara Moster Killer na bainha e olhou de soslaio para o ex-centurião. – Você vai se divertir fazendo a limpeza do acampamento, Harper. Fique feliz! – Provocou o garoto, dando de ombros e se retirando para cumprimentar a todos que vinha lhe dar os parabéns, dando uma atenção especial a Finn. – Relaxa, meu garoto, você já é um grande herói só por não ter matado o chefão ali. Mas precisar de treinamento, só me chamar, fechado? – Murmurou para o novo amigo enquanto caminhava para a Terceira Coorte. Nada mais do que justo um dia de preguiça e sono profundo depois de uma luta daquela, certo?


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