Campos de Marte
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por Legião Fulminata Ter Abr 24, 2018 6:42 pm
Campos de Marte
Roma sempre foi conhecida por seus grandes guerreiros, treinados para enfrentar leões e serem imbatíveis no campo de batalha. Os costumes de lutas dos romanos perduram até os dias de hoje e seus guerreiros encontram-se cada vez mais empenhados em ter um exército invencível e, para isso, é necessário treino. O maior empenho dos filhos de Vulcano foram reconstruir os Campos de Marte como se conheciam, adequando-se as necessidades das novas gerações de semideuses, que viriam a conhecer um mundo completamente diferente do que uma vez tinha sido.
Em uma câmara circular, foram dispensados uma série de simuladores mágicos suficientes para diversos semideuses por vez, capazes de assumir a forma de qualquer monstro que desejar, assim como alvos mobilizados e móveis e arenas de batalha em dupla, seja para duelos ou para treinamentos corporais. O Acampamento Furna também disponibilizou uma série de armamentos, dispostos nas paredes, para caso que os semideuses pegassem as armas necessárias emprestadas.
I. Post's com menos de dez linhas serão desconsiderados.
II. Cuidado com a gramática, pois está valerá boa parte de seus pontos.
III. É permitido apenas dois post's em na arena por dia.
IV. É permitido a postagem de treinos individuais nesse tópico, treinos em duplas, trios e outros é necessário a criação de tópico por parte do player.
por Benjamin Beckham Jr. Dom Abr 29, 2018 4:40 am
Work on!
O lobo começa a rodear o menino, garras de aço negro, pelo negro como a noite, olhos de rubis flamejantes...Joias vindas do inferno! O lobo gigantesco fareja, saboreando a refeição que está por vir. Ele não sente medo, somente a alta percepção das coisas, o ar em seus pulmões, o vento nos pinheiros que se movimentam contra a noite que cai; suas mãos estão firmes, sua postura perfeita! E então o menino dado como morto retorna a seu povo, para a sagrada Esparta, um rei, nosso rei, Leônidas!
Experimente a oportunidade de assistir o tape do lendário quarterback Peyton Manning algum desses dias. Seu trabalho de pés era perfeito, a mecânica extremamente polida, tão impressionante quanto a firmeza das mãos largas, acompanhada do release rápido. É bem verdade que talvez nem todos os seus lançamentos eram feitos em “espiral perfeita”, mas ele compensava isso com precisão. Essa capacidade de ser cirúrgico era o que diferenciava-o dos demais, sendo responsável por elevá-lo ao título de GOAT (Greatest of All Time).
Agora, muitos anos depois, é possível observar porque o antigo jogador de futebol americano continua sendo o ídolo de Ben. Quer dizer, o estilo de ambos é muito parecido. O filho de Marte provavelmente não é o mais forte dos semideuses, muito menos o mais rápido, o que em teoria deixa-o numa posição de inferioridade em relação aos outros. Entretanto, consegue nivelar-se graças à sua habilidade de ser preciso. A firmeza dos dedos e a destreza com a qual lutava também ajudavam, mas tudo isso ficava em segundo plano.
E isso mostrou-se muito mais evidente naquela manhã de Domingo.
O Sol resolvera brindar o Acampamento Furna com seus raios mais intensos naquele dia, tornando-o perfeito para um piquenique ou ainda um mergulho no lago. Para um autêntico filho da guerra porém, todos os climas eram ideias para melhorar suas técnicas no âmbito de batalha. Foi seguindo essa doutrina que Benjamim terminou no local dentro dos “Campos” que levavam o nome do seu pai. Sua intenção era ampliar os seus sentidos e sobretudo obter uma boa fonte de diversão — você pode acreditar ou não, mas ele divertia-se quando ou enquanto lutava —. Sorriu mordaz no momento de escolher o monstro. Poderia optar por algo mais fácil como um cão infernal filhote, mas desafiou-se ao eleger uma dracaenae. Afastou-se ansioso — era a primeira vez que ele fazia aquilo — e preparou a lâmina reluzente da espada recém alugada.
A cópia perfeita do monstro não demorou mais de 5 segundos para se formar, demorando aproximadamente a mesma quantidade de tempo para atacar. “Uau, ela é rápida.”, pensou surpreso, já desviando através de um rolamento para o lado direito. A criatura horrenda sibilou e partiu numa nova investida, buscando atingir o moreno com suas garras pontiagudas. Beckham ignorou o ataque graças à uma finta ágil e contra-atacou com um corte coronal, que atingiu a mão esquerda alheia, cortando-a.
— Pronto, agora não vai mais precisar ir na manicure...— viu-se confiante o suficiente para fazer tal comentário, sorrindo ao já sentir a substância Adrenalina correr por meio dos seus vasos sanguíneos, irrigando cada parte do corpo. A confiança pode ser uma virtude ou uma fraqueza. A falta dela causa deficiência, mas o excesso pode levar à falta de atenção, e foi exatamente isso que Ben aprendeu no minuto seguinte ao seu sarcasmo latente. Ainda distraído com a mão solta que agora jazia aos seus pés, não se deu conta quando o monstro atingiu-o na protuberância causada pelos músculos do braço direito. Recuou de imediato, um ardor crescente invadindo seu interior.
Aquilo era muito pior do que tirar sangue, certamente.
Soltou um suspiro, meneando o crânio e retomando a concentração perdida. Era sua vez de atacar. Sabia que o efeito do veneno da dracaenae iria começar logo, portanto, precisava ser rápido. Fugaz, tratou de diminuir a distância entre os corpos após uma corrida intensa, e quando finalmente obteve alcance suficiente, fingiu um golpe na posição vertical, mas mudou o punho de direção no último segundo e realizou um corte diagonal. A lâmina penetrou profundo, suficiente para deixar a criatura irritada. Agora era ela quem parecia disposta à acabar com as coisas num curto período. Arrastou a cauda no chão e rastejou em linha oblíqua, justamente na direção do moreno, que permaneceu estático. No exato momento em qual o monstro ia atingi-lo, o filho de Marte foi capaz de segurar seu braço, afastando-o do seu corpo. — Game over, agora você não consegue desviar. — afirmou, guiando a espada até o peito da dracaenae, estocando-a com força até atravessar por completo a pele escamosa.
Tudo terminou numa nuvem de pó dourado.
Experimente a oportunidade de assistir o tape do lendário quarterback Peyton Manning algum desses dias. Seu trabalho de pés era perfeito, a mecânica extremamente polida, tão impressionante quanto a firmeza das mãos largas, acompanhada do release rápido. É bem verdade que talvez nem todos os seus lançamentos eram feitos em “espiral perfeita”, mas ele compensava isso com precisão. Essa capacidade de ser cirúrgico era o que diferenciava-o dos demais, sendo responsável por elevá-lo ao título de GOAT (Greatest of All Time).
Agora, muitos anos depois, é possível observar porque o antigo jogador de futebol americano continua sendo o ídolo de Ben. Quer dizer, o estilo de ambos é muito parecido. O filho de Marte provavelmente não é o mais forte dos semideuses, muito menos o mais rápido, o que em teoria deixa-o numa posição de inferioridade em relação aos outros. Entretanto, consegue nivelar-se graças à sua habilidade de ser preciso. A firmeza dos dedos e a destreza com a qual lutava também ajudavam, mas tudo isso ficava em segundo plano.
E isso mostrou-se muito mais evidente naquela manhã de Domingo.
O Sol resolvera brindar o Acampamento Furna com seus raios mais intensos naquele dia, tornando-o perfeito para um piquenique ou ainda um mergulho no lago. Para um autêntico filho da guerra porém, todos os climas eram ideias para melhorar suas técnicas no âmbito de batalha. Foi seguindo essa doutrina que Benjamim terminou no local dentro dos “Campos” que levavam o nome do seu pai. Sua intenção era ampliar os seus sentidos e sobretudo obter uma boa fonte de diversão — você pode acreditar ou não, mas ele divertia-se quando ou enquanto lutava —. Sorriu mordaz no momento de escolher o monstro. Poderia optar por algo mais fácil como um cão infernal filhote, mas desafiou-se ao eleger uma dracaenae. Afastou-se ansioso — era a primeira vez que ele fazia aquilo — e preparou a lâmina reluzente da espada recém alugada.
A cópia perfeita do monstro não demorou mais de 5 segundos para se formar, demorando aproximadamente a mesma quantidade de tempo para atacar. “Uau, ela é rápida.”, pensou surpreso, já desviando através de um rolamento para o lado direito. A criatura horrenda sibilou e partiu numa nova investida, buscando atingir o moreno com suas garras pontiagudas. Beckham ignorou o ataque graças à uma finta ágil e contra-atacou com um corte coronal, que atingiu a mão esquerda alheia, cortando-a.
— Pronto, agora não vai mais precisar ir na manicure...— viu-se confiante o suficiente para fazer tal comentário, sorrindo ao já sentir a substância Adrenalina correr por meio dos seus vasos sanguíneos, irrigando cada parte do corpo. A confiança pode ser uma virtude ou uma fraqueza. A falta dela causa deficiência, mas o excesso pode levar à falta de atenção, e foi exatamente isso que Ben aprendeu no minuto seguinte ao seu sarcasmo latente. Ainda distraído com a mão solta que agora jazia aos seus pés, não se deu conta quando o monstro atingiu-o na protuberância causada pelos músculos do braço direito. Recuou de imediato, um ardor crescente invadindo seu interior.
Aquilo era muito pior do que tirar sangue, certamente.
Soltou um suspiro, meneando o crânio e retomando a concentração perdida. Era sua vez de atacar. Sabia que o efeito do veneno da dracaenae iria começar logo, portanto, precisava ser rápido. Fugaz, tratou de diminuir a distância entre os corpos após uma corrida intensa, e quando finalmente obteve alcance suficiente, fingiu um golpe na posição vertical, mas mudou o punho de direção no último segundo e realizou um corte diagonal. A lâmina penetrou profundo, suficiente para deixar a criatura irritada. Agora era ela quem parecia disposta à acabar com as coisas num curto período. Arrastou a cauda no chão e rastejou em linha oblíqua, justamente na direção do moreno, que permaneceu estático. No exato momento em qual o monstro ia atingi-lo, o filho de Marte foi capaz de segurar seu braço, afastando-o do seu corpo. — Game over, agora você não consegue desviar. — afirmou, guiando a espada até o peito da dracaenae, estocando-a com força até atravessar por completo a pele escamosa.
Tudo terminou numa nuvem de pó dourado.
INFORMAÇÃO ADICIONAL: Nada a acrescentar.
Benjamin Beckham Jr.
Prole de Marte
por Melinoe Dom Abr 29, 2018 2:08 pm
Avaliação
Parabéns, você escreve bem. Só tem três coisinhas que gostaria de chamar a atenção:- Você segurou o braço de um monstro e não tinha usado qualquer poder ativo ou passivo. Monstros costumam ser mais fortes que os humanos e semideuses;- Senti um pouco de falta do subjetivo do personagem, deu para ver alguns sentimentos dele durante a luta, mas não nego que esperava algo a mais quando vi que Benjamin gostava de lutas;- A luta em si foi um tanto quanto rápida para quem mesmo disse que um cão infernal filhote seria melhor em sua situação atual. E novamente volto ao ponto, deixara de usar poderes. No entanto tem boa consciência em pelo menos levar alguns ataques da Dracaenae;
Caso se sinta na vontade, pode pedir uma reavaliação para outro Deus, comecei recentemente e qualquer coisa, peço perdão.
Recompensas e Perdas:+ 250 de EXP- 30 de HP
Atualizado ☼
Melinoe
Probatio
por Emanuelle T. Bellegar Ter maio 01, 2018 12:50 am
Já se faziam alguns bons dias desde sua chegada. Emanuelle perambulava sobre o Acampamento, os pés descalços, a medida em que degustava o momento em que a terra tocava seus dedos. Trazia nas mãos seu artefato interessante, e um sorriso estampado nos lábios. Recordava-se de uma canção antiga, com seus sonetos profanos e delicados versos, onde um velho do navio costumava a lhe cantar.
Quem poderias um dia imaginar, que sobre a terra dois pezinhos iriam pisar
A espada trouxe para cima, e como um guerreiro se pôs a voar
A espada trouxe para cima, e como um guerreiro se pôs a voar
Nada mais que isto conseguia lembrar-se, portanto resolvera que não importava ao momento. A jovem prendeu para trás os cabelos ruivos, ao longo que os campos de Marte se aproximavam, trazendo a vibração das antigas almas que ultrapassaram suas paredes. Era esplendor a tamanha multidão de espíritos romanos que circundava a construção.
O peito caíra em um suspiro demorado, quando os pés tocaram o solo. Rostos familiares ultrapassaram sua visão, e Emanuelle se direcionou ao meio. Estava fazendo calor, pois a blusa grudava ao corpo em questão da umidade. Não gostava de dias úmidos, pois sempre faziam os treinos algo cansativo, e a traziam uma preguiça profunda.
Tudo bem, Manu, não há nada que a vença, pelo menos não por enquanto.
Ao vislumbrar os bonecos de madeira, distribuídos em uma região ampla, tivera a ideia de lutar com um por vez em seus modos automáticos. Quando eles começaram a movimentar-se trazendo vida a algo que antes parecia tão imóvel, Emanuelle deixou que um sorriso malicioso tomasse seus lábios.
Respirou fundo, e a espada veio a frente em uma posição de ataque. O primeiro boneco aproximou-se, com seu gingado bambo. Emanuelle correu em sua direção, o pé esquerdo avançou para o lado de fora e com a as duas mãos trouxe a espada ao lado direito, golpeando o oponente ao meio. Seu braço fora jogado ao chão, e uma dor percorreu seus ossos. Ok, bonecos de madeira também lutam muito bem, pensou.
O corpo quase se submeteu ao chão, porém Manu conseguira voltar para linha a tempo. O boneco passou para frente e a mesma aproveitou para atingir suas costas. Emanuelle girou a 45 graus, trazendo a espada para o meio do boneco, e chutando suas costas logo em seguida. Este foi em direção chão, porém em meros segundos já estava a se levantar.
O oponente avançou contra a jovem semideusa, o seu punho de madeira veio até seu rosto, afundando-se a sua bochecha, arremessando seu corpo para trás. Um tanto zonza, levantou-se e correu em direção ao boneco. Trouxe a espada para o alto, em uma forma vertical, e logo em um golpe ao mesmo sentido, desprendeu um dos braços do boneco, que nem um pouco contente — mesmo que bonecos não possuam sentimentos — arrastou o corpo em direção a moça, chutando sua canela e fazendo seu rosto bater ao solo.
Meu lindo e deformado rosto, deformando-se ainda mais, que gentileza.
A raiva ultrapassou os limites da semideusa, que sempre muito esquentada, em segundos já estava em pé novamente, agarrando a perna do boneco e o levando para o solo. Os olhos castanhos transmitiam a fúria de 100 almas, a medida em que preparava-se para fincar a sua espada sobre o peitoral do boneco. O mesmo trouxera as mãos para seu pescoço e jogou-o para o lado, subindo em cima da mesma. A visão enfraqueceu, e o ar pareceu soltar-se.
Vislumbrando um ser sem rosto, Emanuelle imaginava o quão vazio poderia vir a ser seus futuros oponentes, porém não serias vencida por algo tão insolente. O tronco viera para cima, e o usou para jogar o oponente ao lado. Manu não tomou seu precioso tempo, seus dedos agarraram a espada e com um golpe, a cabeça do boneco rolou para fora em direção aos alvos.
Surpresa com si própria, permaneceu ali por alguns segundos, enquanto o corpo parecia não vir a relaxar. Foi quando que descobriu o motivo: O boneco permanecia ativo, e logo suas mãos empurraram o peito de Emanuelle para trás, que um tanto confusa retornou para o chão. Pensou que o mesmo levantaria-se em vingança e terminaria seu trabalho, mas se recordou que eram apenas bonecos.
Levantou-se em encontro ao boneco, agora novamente com sua cabeça pendurada sobre o pescoço. Usou o corpo para pular nas costas do oponente, que debatia-se a sua frente. Deuses, isso nunca desliga? Pensou para si própria. Colocou a espada na altura do pescoço do artefato, um sorriso abriu-se ao canto da boca, e logo estavam ambos ao chão.
Desta vez, este estava desligado. Emanuelle suspirou, um tanto cansada. O suor escorria entre sua camisa e logo parecia exausta de uma forma absurda. Era o dia, o lugar, o ano. Emanuelle não servia para ficar tanto tempo sobre uma terra firme, não saberia o quanto aguentaria permanecer ao acampamento.
- armas utilizadas:
- Uma espada conseguida dentro da Arena
Emanuelle T. Bellegar
Prole de Netuno
por Melinoe Ter maio 01, 2018 5:15 am
Avaliação
Eu simplesmente adorei, mesmo sendo um treino, relativamente, simples e sem monstros. Dá para notar a essência da personagem e como ela se sente durante o treino. Não posso negar que como um fangirl de personagens femininas em geral, eu adoro esses ataques súbitos de raiva onde elas saem quebrando tudo. Parabéns. E também não notei erros gramaticas, parabéns 2x;- Uma coisa que quero destacar é que também consegue dar ênfase ao movimento dos personagens envolvidos e do ambiente. Isto tira também a sensação que ambos estão em pés parados e só as espadas se movimentam.
Recompensas e Perdas:+ 350 de EXP- 15 de HP
- Bônus:
- Beauty - Um espelho de maquiagem onde a semideusa poderá ver seu rosto perfeitamente. Ele possui pequenas luzes leds ao seu redor para que ela possa se ver no escuro também.
Pode pedir atualização no Tópico de AtualizaçõesAtualizado ☽
Melinoe
Probatio
por Violett Carstairs Sex maio 04, 2018 6:49 am
— 45 years since the decline —
Violett Carstairs ainda era vista como uma novata aos olhos de todos, uma peça quebrada recuperada daquele mundo de sangue e dor e monstros. Ela não gostava daqueles olhares... Da curiosidade, da cautela, ou do que quer que fosse. Vee queria que todos fossem para os infernos com seus olhares. Eles achavam que ela era maluca.
Mas seu irmão estava do lado dela, e nada importava.
Vee mal havia conseguido dormir, uma vez que os pesadelos jamais a deixavam em paz, e deu graças aos deuses - se é que eles ainda a ouvem - pelo amanhecer ter chegado, pois assim ela pôde se levantar e se preparar para o treinamento prático para iniciantes de arco e flecha que havia sido marcado para aquela manhã. Ela precisava daquelas instruções, tudo que sabia era muito básico comparado aos outros legionários. E naquele lugar parecia que sempre tinha que arrancar o melhor de si em qualquer coisa.
“Onde você vai?”, perguntou Dorian, seu irmão, aparecendo do nada em sua frente. Vee o abraçou tão forte que suas mãos doíam sobre as costelas dele. Ela ficava irremediavelmente feliz quando ele estava, como se outra parte dela estivesse completa, como se não precisasse carregar o peso do mundo nos ombros. — Treinar, quer ir? [...]
Ao chegar nos campos de Marte, Vee percebeu que havia um número relativamente pequeno de legionários presentes, o que ela deduziu que, em realidade, havia um número relativamente pequeno de legionários amadores. Droga, ela odiava que o percurso para a maestria fosse tão, tão longo. Harmonia, a filha de Febo que havia marcado aquele treinamento, chegou pontualmente na hora que havia dado para o início da aula e parou em frente a todos. — Bom dia a todos. Vamos iniciar a aula de arco e flecha para iniciantes... – ela relembrou conceitos básicos da modalidade e então foi até o painel de comandos, ativando um sistema que fez com que os alvos, antes imóveis, começassem a se locomover em velocidade uniforme. — Só porque são iniciantes não quer dizer que as coisas serão fáceis. Lá fora os alvos não vão ficar parados esperando que vocês os acertem, e não tem sentindo aqui ser assim também.
Harmonia pediu para que se formasse trio, e enquanto todos se movimentavam em busca de uma equipe, Vee permaneceu quieta ao lado de Dorian. “Você não precisa fazer um trio”, falou seu irmão. Vee concordou com a cabeça, aceitando. Mas uma garota se aproximou dela e Violett reprimiu o impulso de se afastar. A menina era toda sorrisos, se apresentando como Alys, filha de Arcus e perguntando se queria fazer uma equipe. Os olhos castanhos-dourados de Vee foram nervosamente para Dorian, não querendo que ele achasse que ela estava o abandonando ou o trocando.
— Tudo bem, seria bom – ela disse. Seu irmão a olhou com algo que parecia raiva e saiu da área de treinos, deixando um vazio com sua saída. Vee queria correr atrás dele e se desculpar, mas engoliu aquela opressão no peito e seguiu Alys para onde estavam disponibilizados os arcos e as aljavas, a recém-conhecida tagarelando sem parar de uma menina que era para ser supostamente a terceira integrante do trio. — Ah, ah, ela chegou! – alegrou-se Alys. Vee nem se dispôs a fazer uma expressão minimamente interessada a chegada da outra garota.
Com todos os legionários já posicionados em uma fileira horizontal, Harmonia começou a dar instruções sobre a atividade. Vee avaliou o arco que tinha em mãos, o rodeando e ponderando seu peso e tamanho, sentindo o formato curvo da madeira e a corda bem atada nas duas extremidades finais do arco. Segurar a arma corretamente era algo relativamente fácil para ela, mas as flechas eram um mistério que lhe causava dor de cabeça. Os dedos da mão canhota estavam em torno da estrutura do arco, não com força, mas sim firmes. O cotovelo permanecia reto diante da linha de tiro. Ângulo, impulso e força, era o que Harmonia dissera. Vee relembrou essas palavras ao erguer a destra e puxar uma flecha da aljava que pendia a suas costas; cada trio tinha uma cor, e o dela era azul celeste.
Sentia suas companheiras de equipe se movimentando ao lado dela, cochichando e rindo. Aquilo a irritou, mas ela tentou permanecer centrada enquanto segurava a longa e fina haste feita de madeira, se preocupando com o engaste para a fixação na corda do arco, que achava que era a parte mais complicada para ela. Não conseguia colocar com firmeza de jeito algum. Mas ela tentou. Tinha que tentar. Colocou o nock da flecha na corda do arco e, seguindo as instruções que Harmonia ia ditando e todos acompanhando, segurou a ponta da flecha entre o dedo indicador e médio, permanecendo assim por um tempo para tentar achar alguma segurança em si mesma.
— Como já disse, tem dez minutos para acertarem todos os alvos – disse Harmonia, mexendo no painel de comando e fazendo os alvos começaram a se mexer numa velocidade muito lenta. A instrutora olhou no relógio. — Comecem! - Não é tão difícil, Vee, é como usar uma lança... só que usando um arco. Respirou fundo e deixou a respiração controlada. Segurando o arco fundo e mirando para o alvo, Vee soltou a corda e esperou o resultado. A flecha se desviou do caminho e foi diretamente para o chão. Pegou outra flecha, colocando-a na corda e fechando apenas um olho para tentar mirar com mais precisão no centro do alvo. A medida que o alvo se movia, Vee o seguia, até conseguir acompanhar seu ritmo e calcular mais ou menos onde teria que mirar a flecha, prevendo que o alvo estaria lá assim que ela soltasse a corda. Tudo tão bonito e fácil na teoria. Quando Vee soltou a corda, a flecha saiu cortando o ar diretamente para... acima do alvo, bem acima.
Outra flecha. Outra tentativa. Outro erro. E, é claro, outro palavrão.
Violett, aparentando uma paciência invejável, mas por dentro estando explodindo em mil pedaços raivosos, pegou outra flecha, encaixou o nock na corda e mirou. Ela soltou a corda... e a flecha criou um arco muito bonito e limpo e então caiu no chão.
Concentrou-se em outro alvo e passou a seguir seus movimentos, repetindo aquele processo todo. Soltou a corda e vendo a flecha disparar na direção do alvo e se cravar no círculo preto. A flecha com pena azul celeste finalmente se juntou a diversas outras coloridas. Violett visualizou outro alvo que sua equipe ainda não havia acertado, e tentou atirar a flecha nele. Errado por uma distância tão pequena que dessa vez o xingamento teve que ser mais alto. Tentou novamente, e novamente. O alvo se movia cada vez mais rápido, mas isso não era um problema. Pois lento, rápido ou parado ela não acertaria de qualquer jeito.
— Você está mirando muito reto, e assim perde um pouco sua capacidade de distância, tente erguer um pouco o arco – falou Harmonia ao passar por ela. Não hesitou em aceitar o conselho dela, erguendo o arco um pouco. Pegou a flecha, a colocando na corda e a segurou, retesando calmamente o cotovelo enquanto puxava a flecha para trás. Prendeu a respiração e focou no alvo. Então soltou. A flecha riscou um arco no ar, subindo, subindo e subindo. Até parar extremamente longe do arco, muito atrás.
De repente, um calor subiu em seu corpo, a impaciência e a raiva a dominou e ela teve que usar todo seu auto controle para não jogar aquele arco no chão e sair andando. Se ao menos seu irmão estivesse ali... se ao menos ele estivesse com ela, tudo seria tão, mas tão fácil.
Não levantaria tanto o arco dessa vez. Vee tentou corrigir seu erro, abaixando um pouco e repetindo o procedimento. Ela pegou outra flecha, e quando a soltou da corda do arco, esta foi direto para a parte vermelha. Quando já ia abastecer a corda com mais uma flecha, Harmonia chamou a atenção de todos, dizendo que o tempo havia acabado. Harmonia contou os pontos de cada equipe, anunciando a vencedora (que, obviamente, não era a de Vee). A prole de Vitória descobriu que suas companheiras de equipe se saíram muito bem, o que só a deixo mais frustrada. — Não se preocupe, Vee, você ainda será boa - disse Alys. Se ela tentou ajudar, teve o efeito completamente oposto, pois Violett só sentiu vontade de arremessar o arco na cabeça dela. Harmonia congratulou aos que conseguiram alguma coisa e pediu para aqueles que tivessem dificuldade para perguntar, e treinar mais. Vee jurou que Harmonia havia olhado para ela.
Violett não poderia a culpar.
Mas seu irmão estava do lado dela, e nada importava.
Vee mal havia conseguido dormir, uma vez que os pesadelos jamais a deixavam em paz, e deu graças aos deuses - se é que eles ainda a ouvem - pelo amanhecer ter chegado, pois assim ela pôde se levantar e se preparar para o treinamento prático para iniciantes de arco e flecha que havia sido marcado para aquela manhã. Ela precisava daquelas instruções, tudo que sabia era muito básico comparado aos outros legionários. E naquele lugar parecia que sempre tinha que arrancar o melhor de si em qualquer coisa.
“Onde você vai?”, perguntou Dorian, seu irmão, aparecendo do nada em sua frente. Vee o abraçou tão forte que suas mãos doíam sobre as costelas dele. Ela ficava irremediavelmente feliz quando ele estava, como se outra parte dela estivesse completa, como se não precisasse carregar o peso do mundo nos ombros. — Treinar, quer ir? [...]
Ao chegar nos campos de Marte, Vee percebeu que havia um número relativamente pequeno de legionários presentes, o que ela deduziu que, em realidade, havia um número relativamente pequeno de legionários amadores. Droga, ela odiava que o percurso para a maestria fosse tão, tão longo. Harmonia, a filha de Febo que havia marcado aquele treinamento, chegou pontualmente na hora que havia dado para o início da aula e parou em frente a todos. — Bom dia a todos. Vamos iniciar a aula de arco e flecha para iniciantes... – ela relembrou conceitos básicos da modalidade e então foi até o painel de comandos, ativando um sistema que fez com que os alvos, antes imóveis, começassem a se locomover em velocidade uniforme. — Só porque são iniciantes não quer dizer que as coisas serão fáceis. Lá fora os alvos não vão ficar parados esperando que vocês os acertem, e não tem sentindo aqui ser assim também.
Harmonia pediu para que se formasse trio, e enquanto todos se movimentavam em busca de uma equipe, Vee permaneceu quieta ao lado de Dorian. “Você não precisa fazer um trio”, falou seu irmão. Vee concordou com a cabeça, aceitando. Mas uma garota se aproximou dela e Violett reprimiu o impulso de se afastar. A menina era toda sorrisos, se apresentando como Alys, filha de Arcus e perguntando se queria fazer uma equipe. Os olhos castanhos-dourados de Vee foram nervosamente para Dorian, não querendo que ele achasse que ela estava o abandonando ou o trocando.
— Tudo bem, seria bom – ela disse. Seu irmão a olhou com algo que parecia raiva e saiu da área de treinos, deixando um vazio com sua saída. Vee queria correr atrás dele e se desculpar, mas engoliu aquela opressão no peito e seguiu Alys para onde estavam disponibilizados os arcos e as aljavas, a recém-conhecida tagarelando sem parar de uma menina que era para ser supostamente a terceira integrante do trio. — Ah, ah, ela chegou! – alegrou-se Alys. Vee nem se dispôs a fazer uma expressão minimamente interessada a chegada da outra garota.
Com todos os legionários já posicionados em uma fileira horizontal, Harmonia começou a dar instruções sobre a atividade. Vee avaliou o arco que tinha em mãos, o rodeando e ponderando seu peso e tamanho, sentindo o formato curvo da madeira e a corda bem atada nas duas extremidades finais do arco. Segurar a arma corretamente era algo relativamente fácil para ela, mas as flechas eram um mistério que lhe causava dor de cabeça. Os dedos da mão canhota estavam em torno da estrutura do arco, não com força, mas sim firmes. O cotovelo permanecia reto diante da linha de tiro. Ângulo, impulso e força, era o que Harmonia dissera. Vee relembrou essas palavras ao erguer a destra e puxar uma flecha da aljava que pendia a suas costas; cada trio tinha uma cor, e o dela era azul celeste.
Sentia suas companheiras de equipe se movimentando ao lado dela, cochichando e rindo. Aquilo a irritou, mas ela tentou permanecer centrada enquanto segurava a longa e fina haste feita de madeira, se preocupando com o engaste para a fixação na corda do arco, que achava que era a parte mais complicada para ela. Não conseguia colocar com firmeza de jeito algum. Mas ela tentou. Tinha que tentar. Colocou o nock da flecha na corda do arco e, seguindo as instruções que Harmonia ia ditando e todos acompanhando, segurou a ponta da flecha entre o dedo indicador e médio, permanecendo assim por um tempo para tentar achar alguma segurança em si mesma.
— Como já disse, tem dez minutos para acertarem todos os alvos – disse Harmonia, mexendo no painel de comando e fazendo os alvos começaram a se mexer numa velocidade muito lenta. A instrutora olhou no relógio. — Comecem! - Não é tão difícil, Vee, é como usar uma lança... só que usando um arco. Respirou fundo e deixou a respiração controlada. Segurando o arco fundo e mirando para o alvo, Vee soltou a corda e esperou o resultado. A flecha se desviou do caminho e foi diretamente para o chão. Pegou outra flecha, colocando-a na corda e fechando apenas um olho para tentar mirar com mais precisão no centro do alvo. A medida que o alvo se movia, Vee o seguia, até conseguir acompanhar seu ritmo e calcular mais ou menos onde teria que mirar a flecha, prevendo que o alvo estaria lá assim que ela soltasse a corda. Tudo tão bonito e fácil na teoria. Quando Vee soltou a corda, a flecha saiu cortando o ar diretamente para... acima do alvo, bem acima.
Outra flecha. Outra tentativa. Outro erro. E, é claro, outro palavrão.
Violett, aparentando uma paciência invejável, mas por dentro estando explodindo em mil pedaços raivosos, pegou outra flecha, encaixou o nock na corda e mirou. Ela soltou a corda... e a flecha criou um arco muito bonito e limpo e então caiu no chão.
Concentrou-se em outro alvo e passou a seguir seus movimentos, repetindo aquele processo todo. Soltou a corda e vendo a flecha disparar na direção do alvo e se cravar no círculo preto. A flecha com pena azul celeste finalmente se juntou a diversas outras coloridas. Violett visualizou outro alvo que sua equipe ainda não havia acertado, e tentou atirar a flecha nele. Errado por uma distância tão pequena que dessa vez o xingamento teve que ser mais alto. Tentou novamente, e novamente. O alvo se movia cada vez mais rápido, mas isso não era um problema. Pois lento, rápido ou parado ela não acertaria de qualquer jeito.
— Você está mirando muito reto, e assim perde um pouco sua capacidade de distância, tente erguer um pouco o arco – falou Harmonia ao passar por ela. Não hesitou em aceitar o conselho dela, erguendo o arco um pouco. Pegou a flecha, a colocando na corda e a segurou, retesando calmamente o cotovelo enquanto puxava a flecha para trás. Prendeu a respiração e focou no alvo. Então soltou. A flecha riscou um arco no ar, subindo, subindo e subindo. Até parar extremamente longe do arco, muito atrás.
De repente, um calor subiu em seu corpo, a impaciência e a raiva a dominou e ela teve que usar todo seu auto controle para não jogar aquele arco no chão e sair andando. Se ao menos seu irmão estivesse ali... se ao menos ele estivesse com ela, tudo seria tão, mas tão fácil.
Não levantaria tanto o arco dessa vez. Vee tentou corrigir seu erro, abaixando um pouco e repetindo o procedimento. Ela pegou outra flecha, e quando a soltou da corda do arco, esta foi direto para a parte vermelha. Quando já ia abastecer a corda com mais uma flecha, Harmonia chamou a atenção de todos, dizendo que o tempo havia acabado. Harmonia contou os pontos de cada equipe, anunciando a vencedora (que, obviamente, não era a de Vee). A prole de Vitória descobriu que suas companheiras de equipe se saíram muito bem, o que só a deixo mais frustrada. — Não se preocupe, Vee, você ainda será boa - disse Alys. Se ela tentou ajudar, teve o efeito completamente oposto, pois Violett só sentiu vontade de arremessar o arco na cabeça dela. Harmonia congratulou aos que conseguiram alguma coisa e pediu para aqueles que tivessem dificuldade para perguntar, e treinar mais. Vee jurou que Harmonia havia olhado para ela.
Violett não poderia a culpar.
grisha from @epifania
Violett Carstairs
Prole de Vitória
por Melinoe Sáb maio 05, 2018 3:11 am
Avaliação
Gostei bastante que veio mostrando a evolução gradual da personagem ao mesmo tempo que veio expondo o interior da sua personagem. E ainda que não tenha sido um treino complexo, digo em quesito de luta contra monstros e movimentação. Quanto a sua escrita, parabéns também. Escreve muito bem e não é cansativa e consegue captar o leitor.
Recompensas:+ 350 de EXP
- Bônus:
- Zap! - Um chocker de couro preto com um pingente de um arco com uma flecha pronta para ser disparada.
Pode pedir atualização no Tópico de AtualizaçõesAtualizado ☽
Melinoe
Probatio
por Violett Carstairs Dom maio 06, 2018 5:59 am
— 45 years since the decline —
— Será que você pode escalar um pouco mais rápido? – comentou Lettie, torcendo o nariz e deixando a voz arrastada de jeito entediado. Violett ergueu a cabeça, as mãos segurando firme em um galho para não cair da árvore, e viu a filha de Bellona a alguns galhos acima dela. Havia subido rápido naquela árvore e agora debochava da lentidão de Vee. A prole de Victória revirou os olhos, mas ignorou o comentário e tratou de apressar-se a subir naquela maldita árvore.
Finalmente alcançou o galho de Lettie, mas a ultrapassou, subindo em um galho acima do dela, a três metros e meio do chão. Uma queda suficientemente alta para quebrar o braço, ou até morrer se Thanatos decidisse que era hora de te levar pra um passeio. Sua amiga tagarelava sem parar sobre o arco e flecha, dando dicas de como manusear com maestria o arco e ter uma mira perfeita. Enquanto isso, Vee visualizava o centro do Campo de Martes mais distantes, cheio de gente. Seus olhos então recaíram ao pequeno bosque que havia a margens dele, onde as duas semideusas estavam no momento. Vee encarou um arbusto grande e diferente, bem suspeito, então olhou para sua amiga, ainda falando sem parar. Violett ajeitou o arco na frente do corpo, pegando uma flecha de madeira no conjunto de aljava e posicionando o nock na corda.
— Ok! Bom saber que sua mãe abençoou você com o dom da telepatia, assim não preciso verbalizar o que é pra fazer – disse Lettie com a voz carregada de uma ironia que deu a Vee vontade de faze-la despencar daquela maldita árvore. Ela olhou para baixo, vendo Lettie pendurar o arco nos ombros e brincar com a flecha de madeira com as mãos, o rosto expressando deboche. — É obvio que tem algo nos arbustos e eu tenho que o acertar. Um botão que vai fazer árvores carnívoras me atacarem, talvez. Você não é muito discreta armando alvos
Vee se virou novamente para o arbusto, não sabendo o que ele escondia, mas puxou lentamente o nock da flecha com a corda até a sua mão direita estar próxima o suficiente de seu queixo. — Às vezes eu tenho vontade de socar esse seu rosto bonitinho. Já que é tão esperta, primeiro acerte aquele fruto ali em cima, se for capaz acertar três, vamos para os arbustos – seu dedo indicador foi ao alto, apontando para um fruto avermelhado do tamanho de uma mão fechada que estava a alguns metros em cima da minha cabeça. Não era comestível, Vee havia aprendido da pior maneira que tudo dentro dos limites dos Campos de Marte era exclusivamente para treinamento.
A semideusa fechou um olho, se concentrando em mirar no lugar certo. Controlou a respiração e fechou os olhos apenas para sentir a direção do vento. Não estava tão forte, mas a brisa que esvoaçava seus cabelos presos em um rabo de cavalo já seria o suficiente para desviar a flecha de um acerto perfeito. Calmamente ela puxou a flecha com os dedos e depois soltou, vendo o rastro de madeira passar muito longe do fruto. Respirou fundo e pegou uma nova flecha, fazendo mais uma tentativa, e mais uma, e mais uma. Todas passando a uma considerável distância do alvo. Sem nenhuma paciência e num surto de raiva, havia feito uma flecha se direcionar na árvore vizinha de propósito. A flecha se cravou no tronco marrom e úmido da árvore, quase no meio, mas se ali fosse um alvo certamente Violett não acertaria. Ela grunhiu, quase se desequilibrando do galho. Ok, um acesso de raiva não valia a possibilidade de quebrar um braço.
Resmungou alguns palavrões. Derrota não era ela, não mesmo. Simplesmente não aceitaria perder para uma maldita e inútil fruta! Se acalmou e esperou seu sangue se esfriar para pegar uma nova flecha. Um sentimento forte de decisão se apossou dela, e naquele momento sabia que conseguiria. Já estava no ápice do fracasso naquele dia. Encaixou corretamente a flecha no arco, e se concentrou em um fruto consideravelmente perto. Vee olhou para baixo para conferir se Lettie não estava dormindo, muito pelo contrário, ela parecia se divertir muito com as tentativas fracassadas e frustradas de Violett. A semideusa concentrou em seu objetivo, puxando a corda e com a flecha mirada ela soltou a corda e a flecha, que atingiu o fruto. Não foi um tiro limpo, muito menos perfeito, mas ainda assim foi o suficiente para arrancar a fruta avermelhada do galho e cair na terra.
— Agora só falta duas. Acho que ficaremos a tarde toda aqui – comentou Lettie, se colocando de pé com o arco em mãos. Ela parecia uma dançarina sobre as águas ao pegar uma flecha e a encaixar no arco; seus movimentos eram perfeitos ao puxar a corda e mirar em uma fruta. E quanto soltou a flecha, ela não ficou encarando o percurso feito pela flecha, apenas voltou a se sentar, desviando o olhar, e sorriu quando o ouviu o barulho da fruta caindo. — Aprenda como se faz logo e largue de ser inútil e de desperdiçar meu tempo - ela resmungou de maneira preguiçosa, quase ameaçando tirar um cochilo. Esnobe e amostrada. Havia atingido um fruto muito alto, que parecia impossível o alcance. Violett teve que respirar fundo enquanto sentia o sangue esquentar novamente. Ela fechou os olhos enquanto rangia os dentes forte o suficiente para sentir o maxilar doer. Pegou uma flecha na aljava, uma das últimas. Encaixou o nock na corda e puxou ela com uma calma letal e fria. Se ela errasse, se jogaria daquela árvore. Melhor que toda aquela humilhação. Fechou um olho para ter uma mira mais precisa e soltou a flecha, vendo-a fazer seu percurso e atingir o alvo. A flecha se cravou da fruta e ela se desprendeu do galho, caindo direto no chão.
— Interessante – exclamou Lettie, com uma expressão suave no rosto. — Você é vingativa, encontra uma motivação do Tártaro quando alguém mexe de alguma forma com você e tenta dar o tronco na mesma moeda. Isso é bom em certos casos, mas precisa encontrar uma maneira de ser boa não só nesses momentos.
— Você está brincando comigo, porra? – Violett perguntou, irritada. Lettie havia perdido a noção achando que estressar Vee iria ajuda-la. Não ajudaria em nada nenhuma das duas. A semideusa colocou o arco nos ombros e desceu do galho, ficando no mesmo que Lettie. Ela olhou a amiga nos olhos, balançando a cabeça em negativa, os lábios uma linha franzida. — Jura que aquilo tudo que você disse era só parte da 'motivação'? - perguntou, com deboche. Então, ela desceu outro galho então saltou, flexionando os joelhos para amortecer o impacto. Mesmo assim ela sentiu um choque que sacudiu seu corpo inteiro, mas tentou não demonstrar aquilo. Logo Lettie estava ao seu lado, intacta e suave como o vento. Vee começou a recolher as flechas que havia disparado.
— Bem, vamos para a parte do arbusto então – falou Lettie, rodando uma flecha entre os dedos de maneira casual, apoiada em uma árvore. Vee olhou para ela, gelo em seus olhos. Dias e dias de treinamento exaustivos e infrutíferos recaindo sobre ela; aquele novo mundo doido de deuses sendo colocados sobre os ombros dela de uma hora para outra; seu irmão que não aparecia fazia semanas, desde que fizera aquele maldito trio no treinamento. Estava em seu limite. — Foda-se esse arbusto. Cansei de fracassar por hoje – ela disse, a voz soando mais cansada do que grosseira. Lettie concordou com a cabeça, então ambas saíram de lá.
Finalmente alcançou o galho de Lettie, mas a ultrapassou, subindo em um galho acima do dela, a três metros e meio do chão. Uma queda suficientemente alta para quebrar o braço, ou até morrer se Thanatos decidisse que era hora de te levar pra um passeio. Sua amiga tagarelava sem parar sobre o arco e flecha, dando dicas de como manusear com maestria o arco e ter uma mira perfeita. Enquanto isso, Vee visualizava o centro do Campo de Martes mais distantes, cheio de gente. Seus olhos então recaíram ao pequeno bosque que havia a margens dele, onde as duas semideusas estavam no momento. Vee encarou um arbusto grande e diferente, bem suspeito, então olhou para sua amiga, ainda falando sem parar. Violett ajeitou o arco na frente do corpo, pegando uma flecha de madeira no conjunto de aljava e posicionando o nock na corda.
— Ok! Bom saber que sua mãe abençoou você com o dom da telepatia, assim não preciso verbalizar o que é pra fazer – disse Lettie com a voz carregada de uma ironia que deu a Vee vontade de faze-la despencar daquela maldita árvore. Ela olhou para baixo, vendo Lettie pendurar o arco nos ombros e brincar com a flecha de madeira com as mãos, o rosto expressando deboche. — É obvio que tem algo nos arbustos e eu tenho que o acertar. Um botão que vai fazer árvores carnívoras me atacarem, talvez. Você não é muito discreta armando alvos
Vee se virou novamente para o arbusto, não sabendo o que ele escondia, mas puxou lentamente o nock da flecha com a corda até a sua mão direita estar próxima o suficiente de seu queixo. — Às vezes eu tenho vontade de socar esse seu rosto bonitinho. Já que é tão esperta, primeiro acerte aquele fruto ali em cima, se for capaz acertar três, vamos para os arbustos – seu dedo indicador foi ao alto, apontando para um fruto avermelhado do tamanho de uma mão fechada que estava a alguns metros em cima da minha cabeça. Não era comestível, Vee havia aprendido da pior maneira que tudo dentro dos limites dos Campos de Marte era exclusivamente para treinamento.
A semideusa fechou um olho, se concentrando em mirar no lugar certo. Controlou a respiração e fechou os olhos apenas para sentir a direção do vento. Não estava tão forte, mas a brisa que esvoaçava seus cabelos presos em um rabo de cavalo já seria o suficiente para desviar a flecha de um acerto perfeito. Calmamente ela puxou a flecha com os dedos e depois soltou, vendo o rastro de madeira passar muito longe do fruto. Respirou fundo e pegou uma nova flecha, fazendo mais uma tentativa, e mais uma, e mais uma. Todas passando a uma considerável distância do alvo. Sem nenhuma paciência e num surto de raiva, havia feito uma flecha se direcionar na árvore vizinha de propósito. A flecha se cravou no tronco marrom e úmido da árvore, quase no meio, mas se ali fosse um alvo certamente Violett não acertaria. Ela grunhiu, quase se desequilibrando do galho. Ok, um acesso de raiva não valia a possibilidade de quebrar um braço.
Resmungou alguns palavrões. Derrota não era ela, não mesmo. Simplesmente não aceitaria perder para uma maldita e inútil fruta! Se acalmou e esperou seu sangue se esfriar para pegar uma nova flecha. Um sentimento forte de decisão se apossou dela, e naquele momento sabia que conseguiria. Já estava no ápice do fracasso naquele dia. Encaixou corretamente a flecha no arco, e se concentrou em um fruto consideravelmente perto. Vee olhou para baixo para conferir se Lettie não estava dormindo, muito pelo contrário, ela parecia se divertir muito com as tentativas fracassadas e frustradas de Violett. A semideusa concentrou em seu objetivo, puxando a corda e com a flecha mirada ela soltou a corda e a flecha, que atingiu o fruto. Não foi um tiro limpo, muito menos perfeito, mas ainda assim foi o suficiente para arrancar a fruta avermelhada do galho e cair na terra.
— Agora só falta duas. Acho que ficaremos a tarde toda aqui – comentou Lettie, se colocando de pé com o arco em mãos. Ela parecia uma dançarina sobre as águas ao pegar uma flecha e a encaixar no arco; seus movimentos eram perfeitos ao puxar a corda e mirar em uma fruta. E quanto soltou a flecha, ela não ficou encarando o percurso feito pela flecha, apenas voltou a se sentar, desviando o olhar, e sorriu quando o ouviu o barulho da fruta caindo. — Aprenda como se faz logo e largue de ser inútil e de desperdiçar meu tempo - ela resmungou de maneira preguiçosa, quase ameaçando tirar um cochilo. Esnobe e amostrada. Havia atingido um fruto muito alto, que parecia impossível o alcance. Violett teve que respirar fundo enquanto sentia o sangue esquentar novamente. Ela fechou os olhos enquanto rangia os dentes forte o suficiente para sentir o maxilar doer. Pegou uma flecha na aljava, uma das últimas. Encaixou o nock na corda e puxou ela com uma calma letal e fria. Se ela errasse, se jogaria daquela árvore. Melhor que toda aquela humilhação. Fechou um olho para ter uma mira mais precisa e soltou a flecha, vendo-a fazer seu percurso e atingir o alvo. A flecha se cravou da fruta e ela se desprendeu do galho, caindo direto no chão.
— Interessante – exclamou Lettie, com uma expressão suave no rosto. — Você é vingativa, encontra uma motivação do Tártaro quando alguém mexe de alguma forma com você e tenta dar o tronco na mesma moeda. Isso é bom em certos casos, mas precisa encontrar uma maneira de ser boa não só nesses momentos.
— Você está brincando comigo, porra? – Violett perguntou, irritada. Lettie havia perdido a noção achando que estressar Vee iria ajuda-la. Não ajudaria em nada nenhuma das duas. A semideusa colocou o arco nos ombros e desceu do galho, ficando no mesmo que Lettie. Ela olhou a amiga nos olhos, balançando a cabeça em negativa, os lábios uma linha franzida. — Jura que aquilo tudo que você disse era só parte da 'motivação'? - perguntou, com deboche. Então, ela desceu outro galho então saltou, flexionando os joelhos para amortecer o impacto. Mesmo assim ela sentiu um choque que sacudiu seu corpo inteiro, mas tentou não demonstrar aquilo. Logo Lettie estava ao seu lado, intacta e suave como o vento. Vee começou a recolher as flechas que havia disparado.
— Bem, vamos para a parte do arbusto então – falou Lettie, rodando uma flecha entre os dedos de maneira casual, apoiada em uma árvore. Vee olhou para ela, gelo em seus olhos. Dias e dias de treinamento exaustivos e infrutíferos recaindo sobre ela; aquele novo mundo doido de deuses sendo colocados sobre os ombros dela de uma hora para outra; seu irmão que não aparecia fazia semanas, desde que fizera aquele maldito trio no treinamento. Estava em seu limite. — Foda-se esse arbusto. Cansei de fracassar por hoje – ela disse, a voz soando mais cansada do que grosseira. Lettie concordou com a cabeça, então ambas saíram de lá.
grisha from @epifania
Violett Carstairs
Prole de Vitória
por Diana Ter maio 08, 2018 12:50 am
Avaliação
Violet, seu texto foi bem escrito e não monótomo. Alguns erros de repetição e virgula foram encontrados ao decorrer, entretanto, nada que pudesse dificultar a leitura.
Recompensas e Perdas:+ 300 de EXP- 10 de HP
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Diana
Divindade Olimpiana